terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

13 de fevereiro de 2016

Ouça enquanto lê: 


"13 de fevereiro de 2016. É, fazem 6 anos desde aquele dia em que você me disse que não dava mais, e se foi. Eu nunca fui bom com datas, você sabe, e vivia me esquecendo dos nossos mesversários de namoro – sempre achei uma bobagem se comemorar a cada mês que um casal fica junto. Mas sabe como é, quando uma data é muito marcante, dificilmente a gente esquece.
Você sempre me disse isso, quando me explicava, sem graça, porque em um determinado dia de agosto acabava falando involuntariamente no seu ex. dizia que por mais que ele não fizesse mais parte da sua vida, ele havia feito, e que aquele dia, do início de namoro de vocês, havia te marcado. Afinal, ele foi o seu primeiro namorado sério.

Eu nunca entendi porque a data do nosso final foi muito mais marcante para mim do que a data em que começamos a namorar. Quando paro para pensar nisso, eu sempre devo isso ao fato de que nós tivemos muitos começos. O primeiro dia em que nos falamos, por um acaso, na janela do chat no MSN. O começo dos nossos encontros físicos antes de nos conhecermos de fato. O começo das nossas ligações antes de dormir, que era para que ouvir a voz um do outro fosse a última coisa que fazíamos no dia. O primeiro presente que dei: um livro do Nicholas Sparks – você sempre foi muito romântica.
Quando eu penso nisso, sempre chego à conclusão que o começo de um namoro não é o momento do pedido, e da resposta afirmativa a esse pedido. Não, é mais que isso. É a troca de confidências e segredos que não contamos a mais ninguém, é o desejo da presença do outro nos momentos ruins para pedir apoio, e nos momentos bons para compartilhar alegrias. Como quando a sua calopsita fugiu, você se lembra? É quando falar com a pessoa se torna o momento mais aguardado – e feliz – do nosso dia, e é perceber que a vida fica mais colorida com a pessoa.

Ainda que eu nunca me recorde bem a data oficial em que começamos a namorar, eu nunca me esqueci da data do fim, porque, diferente do começo, eu não vi nada acabando, até estar acabado por completo.

Deve ser a minha desatenção – você sempre me disse que eu era desatento. Ou então, o excesso de trabalho – você sempre se queixava de que eu não tinha tempo para você. Poderia até ser por causa daquela minha vizinha, que você sempre me dizia que queria ficar comigo. Mas você não me deu um motivo claro, apenas me disse que era melhor nos afastarmos, por não estarmos mais dando certo.
Será?
Eu me pergunto e me questiono o tempo todo se foi algo que eu fiz ou se foi algo que mudou dentro de você.
Seis anos se passaram, e as perguntas não se calam dentro de mim. Você seguiu a sua vida., e eu segui a minha. Você se formou em jornalismo e eu estou terminando a faculdade de Computação. A gente se esbarra às vezes, e falamos sobre amenidades – sobre como está sua avó, sobre o meu gato que morreu e que você adorava, sobre o Corinthians, ou sobre o clima.

Eu não te esqueci, e aposto que você também não. Mas acho que não é o momento de tocar nesses assuntos do passado. Porque se for nosso destino ficar juntos, a vida te colocará no meu presente. E a única data que me será importante será essa: a data da sua volta para a minha vida."
Nathália Zarpellon


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Você Não É O Único



"Mais de um ano se passou, e sabe que eu nem sinto mais sua falta? Só me lembrei de você, porque resolvi fazer uma faxina em casa e encontrei sua velha escova de dentes perdida em uma das minhas muitas gavetas. E o mais engraçado nisso, é que eu achava que você seria o único a me achar especial. 
Felizmente, pude perceber que eu estava enganada. Você não era o único a me achar especial. Perdida em meio a tantas inseguranças a meu respeito, eu me agarrava a você, como quem está se afogando e se agarra em uma tábua para não afundar. Eu te sufocava, reconheço. E pensando bem, eu me sufocava também, presa em um relacionamento onde não havia amor, havia dependência.

Então, como quem acorda de um sonho, eu pude perceber que a perfeição que eu enxergava em você não era assim tão real. Você não suportava meus ataques de ciúmes – e sim, eu sou ciumenta. Você não gostava de me ouvir reclamar da vida – e sim, eu sou reclamona. Você não tinha paciência para me ouvir falar sobre meus livros preferidos – e sim, eu amo ler. Você gostava de me irritar porque me achava bonita brava. Mas acredite, você não era nem o único que me achava bonita brava. Nesse intervalo de tempo, inúmeros homens me falaram a mesma coisa.

Eu me agarrava a você como quem está se afogando e se agarra em uma tábua para não afundar. Mas eu finalmente percebi que na verdade, eu sei nadar. E que você não é o único – graças a Deus, não é o único.

Quando eu pude perceber os seus defeitos, eu me permiti olhar para mim, e assim perceber as minhas qualidades. E aprendi que a minha felicidade não depende de ninguém, exceto de mim mesma. E não se sinta magoado por não ser o único, para mim – se é que um dia você quis ser o único. As pessoas são únicas entre si, são únicas de si mesmas, mas não são únicas de ninguém. Sei que não fui a única para você também, mas isso já não me importa mais. Eu sou única para mim, e isso me basta."

Nathália Zarpellon



terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Amar-se É Fundamental!

"Os apaixonados que me desculpem, mas ser livre é fundamental!

É bom sentir borboletas no estômago, e brilho nos olhos quando você vê aquela pessoa especial. Mas é ótimo poder sair sem ter hora pra voltar, fazer o que quiser sem dar satisfações, viver pensando em si mesmo – e não em outra pessoa.
Não que eu esteja tirando o mérito de amar, de ser amado, de namorar. Tudo isso tem seu lado bom – mas também tem seu lado ruim – quando você ama a pessoa errada. Daí, não tem brilho nos olhos que pague a sensação de se livrar daquele sentimento. É quase como quebrar as algemas que te prendiam a muito tempo a alguém – te afastando dessa forma, de você mesmo.

Às vezes a gente ama tanto uma pessoa que esquece que o primeiro e mais verdadeiro amor tem que ser o seu com você mesmo – afinal, nascemos e morremos sozinhos. E qualquer pessoa que te faça esquecer desse amor, não merece o seu tempo, não merece sua atenção.
Existe coisa mais gostosa do que sair consigo mesmo, e perceber que a sua companhia é mais do que suficiente? Eu não conheço sensação melhor que essa. Desfrutar da própria companhia é algo quem poucos conseguem, sem se sentirem sozinhos ou solitários.
Então eu repito: ser livre é fundamental! Quando você não está preso a ninguém, é muito mais fácil se amar, é muito mais fácil se divertir. É fazer o que você gosta sem ter que agradar a ninguém, é ser você mesmo sem se preocupar se o outro vai te aceitar, é ter as rédeas da sua vida e leva-la aonde você quer levar, e não aonde o outro quer ir.

Então, se você está presa em um relacionamento onde você não se sente bem consigo mesmo, é hora de acabar com ele, sacodir a poeira, e buscar o seu amor.. O seu amor-próprio!
Leia um livro que você sempre quis ler – mas não tinha tempo porque estava ocupada demais com ele. Assista todos os episódios de Gossip Girl com suas amigas, coma um pote de sorvete – do sabor que você quiser. Saia, beba, chegue em casa de manhã. Faça aquela viagem à praia que sempre quis fazer, mas não fazia porque ele não gostava de água. Parta nessa jornada que só você pode percorrer – a jornada dentro de si mesma. Te garanto que no final dela você estará muito mais feliz do que antes de começar.

Os apaixonados que me desculpem, mas amar-se é fundamental!"



Nathália Zarpellon